quarta-feira, 3 de junho de 2020

D4 - Quiz por descritor - Port. 9° Ano

Quiz D4: PORTUGUÊS - ENSINO FUNDAMENTAL
D4: PORTUGUÊS - 9° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL

D4: Inferir uma informação implícita em um texto.

01
(A.D.A - SEDUC-GO).

Leia o texto a seguir e responda.

Prova Falsa

Stanislaw Ponte Preta

    Quem teve a ideia foi o padrinho da caçula — ele me conta. Trouxe o cachorro de presente e logo a família inteira se apaixonou pelo bicho. Ele até que não é contra isso de se ter um animalzinho em casa, desde que seja obediente e com um mínimo de educação.

    — Mas o cachorro era um chato — desabafou.

    Desses cachorrinhos de raça, cheio de nhém-nhém-nhém, que comem comidinha especial, precisam de muitos cuidados, enfim, um chato de galocha. E, como se isto não bastasse, implicava com o dono da casa.

    — Vivia de rabo abanando para todo mundo, mas, quando eu entrava em casa, vinha logo com aquele latido fininho e antipático de cachorro de francesa.

    Ainda por cima era puxa-saco. Lembrava certos políticos da oposição, que espinafram o ministro, mas quando estão com o ministro ficam mais por baixo que tapete de porão. Quando cruzavam num corredor ou qualquer outra dependência da casa, o desgraçado rosnava ameaçador, mas quando a patroa estava perto abanava o rabinho, fingindo-se seu amigo.

    — Quando eu reclamava, dizendo que o cachorro era um cínico, minha mulher brigava comigo, dizendo que nunca houve cachorro fingido e eu é que implicava com o "pobrezinho".

    Num rápido balanço poderia assinalar: o cachorro comeu oito meias suas, roeu a manga de um paletó de casimira inglesa, rasgara diversos livros, não podia ver um pé de sapato que arrastava para locais incríveis. A vida lá em sua casa estava se tornando insuportável. Estava vendo a hora em que se desquitava por causa daquele bicho cretino. Tentou mandá-lo embora umas vinte vezes e era uma choradeira das crianças e uma espinafração da mulher.

    — Você é um desalmado — disse ela, uma vez.

    Venceu a guerra fria com o cachorro graças à má educação do adversário. O cãozinho começou a fazer pipi onde não devia. Várias vezes exemplado, prosseguiu no feio vício. Fez diversas vezes no tapete da sala. Fez duas na boneca da filha maior. Quatro ou cinco vezes fez nos brinquedos da caçula. E tudo culminou com o pipi que fez em cima do vestido novo de sua mulher.

    — Aí mandaram o cachorro embora? — perguntei.

    — Mandaram. Mas eu fiz questão de dá-lo de presente a um amigo que adora cachorros. Ele está levando um vidão em sua nova residência.

    — Ué... mas você não o detestava? Como é que arranjou essa sopa pra ele?

    — Problema da consciência — explicou: — O pipi não era dele.

    E suspirou cheio de remorso.

Disponível em: http://ww.releituras.com/spontepreta_ Prova.asp>. Acesso em: 22 maio 2017.

Pode se inferir do texto que o

A
B
C
D


02
(A.D.A - SEDUC-GO).

Leia o texto a seguir e responda.

Papagaio congelado

Ricardo Azevedo

    Um dia, um sujeito ganhou de presente um papagaio.

    O bicho era uma praga. Não demorou muito, logo se espalhou pela casa.

    Atendia telefone.

    Gritava e falava sozinho nas horas mais inesperadas.

    Dava palpite nas conversas dos outros.

    Discutia futebol.

    Fumava charuto.

    Pedia café, tomava, cuspia, arregalava os olhos, esparramava semente de girassol e cocô por todo lado, gargalhava e ainda gritava para o dono de casa: “Ô seu doutor, vê se não torra faz favor!”

    Uma noite, a família recebeu uma visita para jantar.

    O papagaio não gostou da cara do visitante e berrou: “Vai embora, ratazana!” e começou a falar cada palavrão cabeludo que dava medo.

    Depois que a visita foi embora, o dono da casa foi até o poleiro. Estava furioso:

    — Seu mal-educado, sem-vergonha de uma figa! Estou cheio! Agora você vai ver o que é bom pra tosse.

    Agarrou o papagaio pelo cangote e atirou dentro da geladeira:

    — Vai passar a noite aí de castigo!

    Depois, fechou a porta e foi dormir.

    No dia seguinte, saiu atrasado para o trabalho e esqueceu o coitado preso dentro da geladeira.

    Só foi lembrar do bicho à noite, quando voltou para casa.

    Foi correndo abrir a geladeira.

    O papagaio saiu trêmulo e cabisbaixo, com cara arrependida, cheio de pó gelado na cabeça.

    Ficou de joelhos.

    Botou as duas asas na cabeça.

    Rezou.

    Disse pelo amor de Deus.

    Reconheceu que estava errado.

    Pediu perdão.

    Disse que nunca mais ia fazer aquilo.

    Jurou que nunca mais ia fazer coisa errada, que nunca mais ia atender telefone e interromper conversa, nem xingar nenhuma visita.

    Jurou que nunca mais ia dizer palavrão nem “vai embora, ratazana”.

    Depois, examinando o homem com os olhos arregalados, espiou dentro da geladeira e perguntou:

    — Queria saber só uma coisa: o que é que aquele franguinho pelado, deitado ali no prato, fez?

Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/ 3210/papagaio-congelado>. Acesso em: 05 mar. 2018.

Conclui-se que, o papagaio prometeu mudar de comportamento, pelo fato de, em relação ao homem, ter um sentimento de

A
B
C
D


03
(P.D - SEDUC-GO).

Leia o texto e, a seguir, responda.

Teresa

Manuel Bandeira

    A primeira vez que vi Teresa.

    Achei que ela tinha pernas estúpidas.

    Achei também que a cara parecia uma perna.

   

    Quando vi Teresa de novo.

    Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo.

    Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse.

   

    Da terceira vez não vi mais nada.

    Os céus se misturaram com a terra.

    E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.

Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br/manuel bandeira01.html/>. Acesso em: 27 abr. 2016.

Infere-se pela leitura da última estrofe do poema que o eu poético em relação à Teresa desenvolveu um sentimento de

A
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C
D


04
(BPW).

Leia o texto para responder a questão abaixo:

Fim do mundo

Carlos Drummond de Andrade

    Aos sete anos de idade, imaginei que ia presenciar a morte do mundo, ou antes, que morreria com ele. Um cometa mal-humorado visitava o espaço. Em certo dia de 1910, sua cauda tocaria a Terra; não haveria mais aulas de aritmética, nem missa de domingo, nem obediência aos mais velhos.[...] Havia ainda a angústia da morte, o tranco final, com a cidade inteira (e a cidade, para o menino, era o mundo) se despedaçando — mas isso, afinal, seria um espetáculo. Preparei-me para morrer, com terror e curiosidade.

Fonte: http://portal.rpc.com.br /gazetadopovo/blog/certas/ palavras/?id=746167

O sentimento expresso no trecho “não haveria mais aulas de aritmética, nem missa de domingo, nem obediência aos mais velhos” era de

A
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C
D


05
(BPW).

Leia o texto a seguir e responda.

Passa a bola, pai

    Faço parte de um grupo que há muitos anos joga basquete. Ao longo desse tempo, as coisas mudaram.

    Os garotos que jogavam conosco cresceram, casaram, tiveram filhos, e agora vários desses jovens entram na cancha junto com os pais. Nenhum deles diz passa a bola, pai como sugere o título acima, e certamente não o fazem por constrangimento. O fato, porém, é que os pais passam a bola para os filhos.

    Passar a bola para o filho não é o mesmo que passar a bola para um outro parceiro qualquer. É um gesto simbólico. Junto com a bola vão as esperanças paternas, esperanças que começaram a ser nutridas quando o garoto estava no berço: vai lá, meu filho, faz uma cesta, faz uma grande cesta, prova que és um grande jogador, prova que és melhor do que teu pai. A paternidade é isso: um investimento afetivo no futuro, uma confiança enorme na capacidade do filho - como esportista, como profissional, como chefe de família ele mesmo.

Moacyr Scliar. Adaptado - Zero Hora, Revista ZH, 29/11/1998.

A passada de bola, de pai para filho, segundo o texto, é

A
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D


06
(PD - SEDUC-GO).

    Leia o texto abaixo e respondas.

VISITA

    Sobre a minha mesa, na redação do jornal, encontrei-o, numa tarde quente de verão. É um inseto que parece um aeroplano de quatro asas translúcidas e gosta de sobrevoar os açudes, os córregos e as poças de água. É um bicho do mato e não da cidade. Mas que fazia ali, sobre a minha mesa, em pleno coração da metrópole?

    Parecia morto, mas notei que movia nervosamente as estranhas e minúsculas mandíbulas. Estava morrendo de sede, talvez pudesse salvá-lo. Peguei-o pelas asas e levei-o até o banheiro. Depois de acomodá-lo a um canto da pia, molhei a mão e deixei que a água pingasse sobre a sua cabeça e suas asas. Permaneceu imóvel. É, não tem mais jeito — pensei comigo. Mas eis que ele se estremece todo e move a boca molhada. A água tinha escorrido toda, era preciso arranjar um meio de mantê-la ao seu alcance sem contudo afogá-lo. A outra pia talvez desse mais jeito. Transferi-o para lá, acomodei-o e voltei para a redação.

    Mas a memória tomara outro rumo. Lá na minha terra, nosso grupo de meninos chamava esse bicho de macaquinho voador e era diversão nossa caçá-los, amarrá-los com uma linha e deixá-los voar acima de nossa cabeça. Lembrava também do açude, na fazenda, onde eles apareciam em formação de esquadrilha e pousavam na água escura. Mas que diabo fazia na avenida Rio Branco esse macaquinho voador? Teria ele voado do Coroatá até aqui, só para me encontrar? Seria ele uma estranha mensagem da natureza a este desertor?

    Voltei ao banheiro e em tempo de evitar que o servente o matasse. “Não faça isso com o coitado!” “Coitado nada, esse bicho deve causar doença.” Tomei-o da mão do homem e o pus de novo na pia. O homem ficou espantado e saiu, sem saber que laços de afeição e história me ligavam àquele estranho ser. Ajeitei-o, dei-lhe água e voltei ao trabalho. Mas o tempo urgia, textos, notícias, telefonemas, fui para casa sem me lembrar mais dele.

GULLAR, Ferreira. O menino e o arco-íris e outras crônicas. Para gostar de ler, 31. São Paulo: Ática, 2001. p. 88-89

A presença do inseto na redação do jornal provocou no homem

A
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07
(CPERB).

Leia o texto abaixo.

Os Frutos

    Os frutos derivam-se do ovário das flores. Após a fecundação dos óvulos em seu interior, o ovário inicia um crescimento, acompanhado de uma modificação de seus tecidos provocada pela influência de hormônios vegetais, que interferem na estrutura, consistência, cores e sabores, dando origem ao fruto. Os frutos mantêm-se fechados sobre as sementes até, pelo menos, o momento da maturação. Quando as sementes estão prontas para germinar, os frutos amadurecem, e podem se abrir, liberando as sementes ao solo, ou tornam-se aptos a serem ingeridos por animais, que depositarão as sementes após estas passarem por seu aparelho digestivo. Os frutos verdadeiros se originam do ovário da planta.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fruto (ultimo acesso em 18/11/2011)

O texto informa sobre

A
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08
(AvaliaBH).

Leia o texto abaixo a seguir e responda.

O macaco perante o Juiz de Direito

    Andavam um bando de macacos em troça, pulando de árvore em árvore, nas bordas de uma grota. Eis senão quando um deles vê no fundo uma onça que lá caíra. Os macacos se enternecem e resolvem salvá-la. Para isso, arrancaram cipós, emendaram-nos bem, amarraram a corda assim feita à cintura de cada um deles e atiraram uma das pontas à onça. Com o esforço reunido de todos, conseguiram içá-la e logo se desamarraram, fugindo. Um deles, porém, não o pôde fazer a tempo e a onça segurou-o imediatamente.

    — Compadre macaco, disse ela, tenha paciência. Estou com fome e você vai fazer-me o favor de deixar-se comer.

    O macaco rogou, instou, chorou; mas a onça parecia inflexível. Simão então lembrou que a demanda fosse resolvida pelo juiz de direito. Foram a ele, o macaco sempre agarrado pela onça. É juiz de direito, entre os animais, o jabuti, cujas audiências são dadas à borda dos rios, colocando-se ele em cima de uma pedra. Os dois chegaram e o macaco expôs as suas razões.

    O jabuti ouviu e no fim ordenou:

    — Bata palmas.

    Apesar de seguro pela onça, o macaco pôde assim mesmo bater palmas.

    Chegou a vez da onça, que também expôs suas razões e motivos.

    — Bata palmas.

    A onça não teve remédio senão largar o macaco que escapou, e também o juiz atirando-se na água.

Disponível em: Acesso em: 22 fev. 2010.

De acordo com esse texto, conclui-se que a onça era

A
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C
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09
(AvaliaBH).

Leia o texto abaixo.

Uma lição de vida

    Lembro-me de uma manhã em que descobri um casulo na casca de uma árvore, no momento em que a borboleta rompia o invólucro e se preparava para sair. Esperei algum tempo, mas estava demorando muito e eu tinha pressa.

    Irritado e impaciente, curvei-me e comecei a esquentá-lo com o meu hálito. E o milagre começou a acontecer diante de mim num ritmo mais rápido que o natural. O invólucro se abriu e a borboleta saiu, arrastando-se. Nunca hei de esquecer o horror que senti: suas asas ainda não estavam abertas e todo o seu corpinho tremia, no esforço para desdobrá-las.

    Curvado por cima dela, eu a ajudava com o meu hálito. Em vão. Era necessária uma paciente manutenção e o desenrolar das asas devia ser feito lentamente ao sol. Agora era tarde demais. Meu sopro obrigava a borboleta a se mostrar, antes do tempo, toda amarrotada. Ela se agitou desesperada e, alguns segundos depois, morreu na palma de minha mão.

    Acho que aquele pequeno cadáver é o peso maior que tenho na consciência. Hoje, entendo bem isso: é um pecado mortal forçar as grandes leis.

    Não devemos nos apressar, nem ficar impacientes, mas seguir confiantes o ritmo eterno.

KAZANTZAKIS, Nikos. Disponível em: Acesso em: 13 mar. 10.

Como o narrador caracteriza a morte da borboleta?

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10
(BPW).

Leia o texto a seguir e responda.

    Na Grécia Antiga, contava-se a história do astuto Ulisses. Durante a sua viagem de volta a Ítaca, onde morava, viu-se obrigado a cruzar a perigosa terra das Sereias. Elas atraíam e matavam os homens com o seu canto. Acontece que Ulisses era atrevido e inteligente. Resolveu que ia conhecer o canto daquelas feiticeiras aquáticas e, para isso, seguiu os conselhos de sua amiga Circe: primeiro, tapou com cera os ouvidos de seus companheiros de viagem. Depois, pediu a eles que o amarrassem bem amarrado, no mastro do navio. Assim, graças a essas ações, o guerreiro passou pertinho das sereias e, maravilhado, quase enlouquecido, pôde admirar suas maravilhas e ouvir seu belo canto sem correr o risco de ser levado, antes do tempo, para o abismo da morte.

Fonte: AZEVEDO, Ricardo. Armazém do Folclore. São Paulo: Ática, 2000. Adapt.

De acordo com o texto, uma das características de Ulisses era ser um homem

A
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11
(Proeb).

Leia o texto abaixo.

A casa dos mil espelhos

    Tempos atrás em um distante e pequeno vilarejo, havia um lugar conhecido como a casa dos 1000 espelhos. Um pequeno e feliz cãozinho soube deste lugar e decidiu visitar.

    Lá chegando, saltitou feliz escada acima até a entrada da casa. Olhou através da porta de entrada com suas orelhinhas bem levantadas e a cauda balançando tão rapidamente quanto podia. Para sua grande surpresa, deparou-se com outros 1000 pequenos e felizes cãezinhos, todos com suas caudas balançando tão rapidamente quanto à dele. Abriu um enorme sorriso, e foi correspondido com 1000 enormes sorrisos.

    Quando saiu da casa, pensou:

    — Que lugar maravilhoso! Voltarei sempre, um montão de vezes.

    Neste mesmo vilarejo, um outro pequeno cãozinho, que não era tão feliz quanto o primeiro, decidiu visitar a casa. Escalou lentamente as escadas e olhou através da porta.

    Quando viu 1000 olhares hostis de cães que lhe olhavam fixamente, rosnou e mostrou os dentes e ficou horrorizado ao ver 1000 cães rosnando e mostrando os dentes para ele.

    Quando saiu, ele pensou:

    — Que lugar horrível, nunca mais volto aqui.

    Todos os rostos no mundo são espelhos.

    Que tipo de reflexos você vê nos rostos das pessoas que você encontra?

Disponível em: http://br.geocities.com/Tradução Sergio Barros. Acesso em: 3 set. 2009.

Nesse texto, o primeiro cãozinho que visitou a casa era

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12
(SADEAM).

Leia o texto abaixo.

Momento num café

    Quando o enterro passou

    Os homens que se achavam no café

    Tiraram o chapéu maquinalmente

    Saudavam o morto distraídos

    Estavam todos voltados para a vida

    Absortos na vida

    Confiantes na vida.

    Um, no entanto se descobriu num gesto largo e demorado

    Olhando o esquife longamente

    Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade

    Que a vida é traição

    E saudava a matéria que passava

    Liberta para sempre da alma extinta.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem e Estrela da manhã. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

Nesse texto, o autor trabalha com o antagonismo entre vida e

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